
INSTALAÇÃO – ANALISE DAS POLIAS

Introdução: Na engenharia de sistemas de movimentação, a durabilidade de um cabo móvel não depende apenas de sua construção intrínseca, mas é criticamente influenciada pela sua interação com os componentes da instalação. As polias, em particular, atuam como a principal interface mecânica, e sua especificação incorreta pode invalidar os benefícios do cabo mais robusto. Este artigo detalha os princípios físicos que governam a interação cabo-polia, fornecendo uma base sólida para a seleção e o projeto de sistemas que visam a máxima performance e vida útil.
1. A Física da Inércia e a Tensão Dinâmica de Tração:
Todo corpo em rotação possui um momento de inércia (I), que quantifica sua resistência a mudanças no estado de movimento rotacional. Em um sistema de cabo e polia, a massa e a distribuição dessa massa na polia são determinantes. A segunda lei de Newton para rotação, τnet=Iα, onde α é a aceleração angular, demonstra que para acelerar o sistema, é necessário um torque líquido.
Como isso se traduz na prática? Em aplicações de alta dinâmica (pórticos, transportadores, robótica), o torque necessário para vencer a inércia da polia é fornecido pelo próprio cabo. Isso resulta em um acréscimo direto à tensão de tração (T) no cabo, além daquela necessária para mover a carga.
Ttotal=Tcarga+Tineˊrcia
Polias de aço maciço, por exemplo, possuem um momento de inércia substancialmente maior que polias de alumínio ou polímeros de alta performance. A consequência direta são picos de tensão mais elevados durante a partida e a frenagem, acelerando o processo de fadiga dos condutores de cobre e dos elementos de tração do cabo. A otimização, portanto, reside em minimizar a massa rotacional sem comprometer a integridade estrutural da polia.
2. A Interface de Contato: Da Tensão de Hertz à Geometria Ideal:
A interação entre a capa externa do cabo e a superfície do canal da polia é um caso clássico de mecânica de contato. Uma geometria inadequada pode gerar pressões de contato (tensões de Hertz) extremamente elevadas, capazes de deformar permanentemente o cabo.
- Análise da Aplicação Inadequada: Canais em “V” ou com fundo plano são desastrosos para cabos de seção circular. Eles criam duas linhas de contato (no caso do “V”) ou uma área de contato achatada, que não apenas excedem a pressão admissível na capa externa, mas também impedem a distribuição natural de tensões internas do cabo quando ele se curva. O resultado é a ovalização do cabo, que leva ao atrito interno entre as veias e à falha prematura.
- Engenharia da Aplicação Correta: A solução ótima é um canal em “U” (semicircular), projetado com base no diâmetro nominal do cabo (dcabo). A recomendação de engenharia é que o raio do canal (Rcanal) seja ligeiramente maior que o raio do cabo, e o diâmetro do canal seja aproximadamente 10% maior que o diâmetro do cabo (Dcanal≈1.1×dcabo). Essa folga acomoda tolerâncias de fabricação e a ligeira expansão do cabo sob compressão, garantindo um suporte amplo (tipicamente em um arco de 120° a 150°) que distribui a pressão de forma eficaz e preserva a integridade estrutural do cabo.
3. O Fenômeno da Torção Induzida por Rolamento:
A torção é a inimiga silenciosa dos cabos móveis. A construção interna de um cabo de alta performance é projetada com camadas de veias em hélices reversas para criar um conjunto torcionalmente balanceado. A aplicação incorreta na instalação pode anular completamente esse design.
- Mecanismo de Falha (Aplicação Incorreta): Conforme ilustrado, quando um cabo tangencia uma polia com geometria inadequada ou com desalinhamento, ele tende a “subir” pela parede do canal antes de assentar em seu fundo. Esse movimento de “parafuso” durante a entrada e saída da polia impõe um pequeno, mas repetitivo, momento de torção no cabo. Ao longo de milhares de ciclos, esse efeito cumulativo desfaz a configuração interna das veias, causa o rompimento da blindagem (malha) e, finalmente, leva à falha por circuito aberto dos condutores.
- Prevenção (Aplicação Correta): A imagem da aplicação correta demonstra o princípio fundamental: o eixo central do cabo deve permanecer em um único plano ao longo de todo o percurso. O cabo deve ser guiado para a polia de forma perfeitamente tangencial, e o canal da polia deve ter a geometria em “U” dimensionada corretamente. Isso garante que o cabo se assente no canal sem qualquer movimento de rolamento lateral, eliminando a fonte da tensão de cisalhamento torsional e preservando a arquitetura interna projetada do cabo.
Síntese para Engenharia de Aplicação: A seleção de uma polia não deve ser baseada apenas no diâmetro, mas em uma análise integrada de massa (inércia), geometria do canal (distribuição de pressão) e alinhamento do sistema (prevenção de torção). Investir em polias de baixa inércia e com usinagem de precisão, aliadas a um projeto de instalação que garanta o alinhamento correto, é a estratégia mais eficaz para extrair o máximo de ciclos e a máxima confiabilidade dos cabos móveis da Innovcable.
INSTALAÇÃO – ANALISE DAS POLIAS
- 1. CENTRAL DE RECURSOS TÉCNICOS INNOVCABLE
- 1.1 Guias de Aplicação e Instalação de Cabos Móveis
- 1.2 Ferramentas de Cálculo e Dimensionamento
- 1.3. Especificações e Dados de Materiais
- 1.3.1 CÓDIGOS E NOMENCLATURAS DE CABOS NAVAIS NEK 606
- 1.3.2 CAPAS SHF1 E SHF2 (NEK 606)
- 1.3.3 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS DE ISOLAMENTO E CAPA
- 1.3.4 RESISTÊNCIA DA ARMAÇÃO (Armour Resistance)
- 1.3.5 NORMAS DE DESEMPENHO NO FOGO (Fire Performance Cable Standards)
- 1.3.6 TABELAS DE FIOS E CABOS TERMOPARES DE COMPENSAÇÃO E EXTENSÃO
- 1.4. Glossário e Referências Rápidas
- 1.4.1 GLOSSÁRIO: TERMOS TÉCNICOS EM INGLÊS:
- 1.4.2 TABELAS DE CÓDIGO DE CORES
- 1.4.3 CLASSE DO CONDUTOR (mm² X AWG) NM280
- 1.4.4 COEFICIENTES DE TEMPERATURA DO COBRE
- 1.4.5 DADOS DIVERSOS DE METAIS
- 1.4.6 CÓDIGOS DE CABOS DE POTENCIA (450/750 V) CENELEC HD 361
- 1.4.7 STANDARDS
- 1.4.8 DIMENSIONAL DAS BOBINAS DE MADEIRA
- 2. NORMAS E REGULAMENTAÇÕES DO SETOR
- 3. Ecossistema de Inovação e Pesquisa
Artigos Relacionados

TABELAS E CÓDIGOS PARA TERMOPARES
CÓDIGO DE CORES INTERNACIONAL PARA CABOS E FIOS DE COMPENSAÇÃO E EXTENSÃO CÓDIGO DOS CABOS TABELA DE LIMITES DE ERROS

TABELAS DE DIMENSIONAMENTO NBR 5410
DOWNLOAD TABELAS DE DIMENSIONAMENTO NBR 5410 Explanaçâo Com o objetivo de oferecer um instrumento prático para auxiliar no trabalho de

Tabelas de código de cores
Código de cores de acordo com a DIN 47100 No. Colour Short Form 1 WHITE WH 2 BROWN BN 3

TABELA E ORIENTAÇÕES AWG X CONVERSÃO MÉTRICA (mm²)
Desvendando o Padrão AWG: Um Guia Técnico para Profissionais e Entusiastas – American Wire Gauge (AWG) para conversão métrica (mm²)

STANDARDS
Padrões de cabos britânicos BS4737-3.30:1986 Sistemas de alarme contra intrusão. Especificação para cabos isolados em PVC para fiação de interconexão

RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS DE ISOLAMENTO E CAPA, COMPARATIVO DAS PROPRIEDADES
Composto Propriedade PVC HDPE CPE Polie tileno Celular Polipro pileno Nylon PUR Resistência à oxidação E E E E E

RESISTENCIA DA ARMAÇÃO (ARMOUR RESISTANCE)
Cabo de Resistência de Blindagem BS6480: Condutor, revestimento de condutor, resistência da blindagem e condutividade percentual de cabos de 2,

Raio de curvatura miníma permitida: de acordo com a DIN VDE 0298 part 3
Raio de curvatura mínimo permitido de acordo com DIN VDE 0298 parte 3 Tensão nominal até 0,6 / 1 kV
Envie uma mensagem ao especialista
Produtos

MariTimus® Cabo Naval Multipolar de Potência e Controle 0,6/1 kV HEPR/SHF1 (LSOH) Flame Retardant
Maritimus® Cabo Naval Multipolar de Potência e Controle; Max. 95,00mm²; 0,6/1 kV; 2 a 24 condutores; HEPR / SHF1; Flame Retardant; +90°C; IEC 60092

MariTimus® Cabo Naval Multipolar de Potência e Controle 0,6/1 kV HEPR/SHF1 (LSOH) Armado e Flame Retardant
Maritimus® Cabo Naval Multipolar de Potência e Controle; Armado; Max. 95,00mm²; 0,6/1 kV; 2 a 24 condutores; HEPR / SHF1; Flame Retardant; +90°C; IEC 60092

MariTimus® Cabo Naval de Média Tensão 3.6/6kV, 6/10kV, 8.7/15kV; XLPE/SHF1 Blindado e Armado (cobre), Flame Retardant
Maritimus® Cabo Naval de Potência Média Tensão; Blindado; Max. 300,00mm²; 3.6/6kV, 6/10kV, 8.7/15kV; 1 e 3 condutores; XLPE / SHF1; Flame Retardant; +90°C; IEC 60092

MariTimus® Cabo Naval de Média Tensão 3.6/6kV, 6/10kV, 8.7/15kV XLPE/SHF1 Blindado e Armado (aço), Flame Retardant
Maritimus® Cabo Naval de Potência Média Tensão; Blindado e Armado; Max. 300,00mm²; 3.6/6kV, 6/10kV, 8.7/15kV; 1 e 3 condutores; XLPE / SHF1; Flame Retardant; +90°C; IEC 60092